Jornal Nacional mostra a escravidão no Maranhão.

Uma região do Brasil traumatizada pela violência no campo recebeu nesta sexta-feira (25) a visita da equipe do JN no Ar. O sudoeste do Maranhão tem os mais preocupantes índices de conflitos agrários no país.

O que mais chocou foi constatar que muitos trabalhadores são explorados como se fossem realmente escravos. Estamos no século XXI, e a abolição foi no século XIX. O trabalho escravo se insere em um contexto mais amplo de violência no campo, em que muitos trabalhadores vivem ameaçados de morte e amedrontados.

A primeira parada do JN no Ar foi em Imperatriz, no sul do Maranhão. De manhã cedo a equipe partiu para uma das regiões mais afetadas pela violência no campo. 

Em Buriticupu, no começo de abril, o sindicalista Raimundo Alves Borges foi executado a tiros por pistoleiros. Raimundo havia denunciado a ação de grileiros de terras. Seis suspeitos de envolvimento no crime estão presos. Um deles confessou que o bando receberia R$ 5 mil pela morte de Raimundo. A viúva dele, Raimunda dos Santos, teme, agora, pela vida dos filhos:
"Eles levaram meu marido e eu não quero que eles levem meus filhos.”

Segundo a comissão Pastoral da Terra, o Maranhão é hoje o estado com o maior índice de violência no campo. São 286 áreas de conflito pela posse da terra, sete pessoas foram assassinadas em 2011 e três em 2012; 106 estão ameaçadas de morte. A Pastoral afirma que nenhuma tem proteção policial.

Flávio Pereira, coordenador do Comitê de Políticas Públicas, ONG que luta contra crimes ambientais, é um dos marcados para morrer.

"A gente meio que não consegue dormir tranquilo. A gente não consegue ficar tranquilo na cidade, porque a sensação que temos é mesmo de impunidade", desabafa.

"Fazendeiros são mandatários do poder político local. É uma relação muito próxima com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o que dificulta muito a apuração desses crimes", afirma Diogo Cabral, advogado da CPT.

A violência no campo é agravada por outro problema. Açailândia é um foco de aliciamento de mão-de-obra para o trabalho escravo.
   
Na maioria das vezes, a fiscalização encontra os trabalhadores em fazendas de gado, áreas de desmatamento e carvoarias clandestinas. Os trabalhadores são submetidos a jornadas exaustivas.

Ficam presos a dívidas com os patrões porque são obrigados a comprar alimentos e remédios nas próprias fazendas. Muitos nem recebem o pagamento e são ameaçados por vigilantes armados. Ou seja, são trabalhadores vivendo, praticamente, em regime de escravidão.

Um rapaz, que pede para não ser identificado com medo de represálias, conta a história de um parente, assassinado há quatro anos, quando foi pedir ao fazendeiro para receber um pagamento atrasado:
"Uma das maiores dificuldades que ele tinha era questão na hora de receber, entendeu? Que foi o momento que ele foi falar com o fazendeiro para pegar o dinheiro pelo serviço e aí foram assassinados, tanto ele como o seu colega de trabalho".

O ex-trabalhador rural Bento da Silva conhece a realidade do trabalho escravo desde muito jovem. Caiu na conversa de um aliciador.

"Quando nós chegávamos lá, minha irmã, era outra coisa. Nós caíamos no escravo. Trabalhávamos 60, 90 dias", conta. Ele conseguiu escapar, mas, por necessidade, voltou a trabalhar nessas condições até ser resgatado pela fiscalização do Ministério do Trabalho, quatro anos atrás.


No Maranhão, de 1995 até hoje, a fiscalização conseguiu libertar quase três mil trabalhadores, mas é difícil punir os responsáveis por esse crime.

"Não é fácil entrar com ação na Justiça, o trabalhador muitas vezes tem medo", diz Nonnato Masson, advogado do Centro de Defesa da Vida.

Apesar das dificuldades, os trabalhadores resgatados conseguem encontrar caminhos para refazer a vida. O Centro de Defesa de Açailândia formou uma cooperativa para dar a eles a possibilidade de um trabalho digno. A ex-trabalhadora rural Elenilde Fernandes foi vítima do trabalho escravo. Acumulou dívidas com o patrão. "Quando a gente ia acertar no fim do mês, não tinha como, já estava devendo", lembra. Hoje, ela é marceneira, em uma cooperativa que fabrica móveis e brinquedos. "Eu acredito que vá melhorar ainda mais", sonha. “Hoje eu me acho no céu.”

O governo do Maranhão disse pela assessoria que repudia o trabalho escravo e que tem feito ações para combater essa prática. Disse também que criou há três anos uma delegacia agrária especializada para investigar crimes no campo, e que desde então os casos de violência têm sido investigados. Por fim, disse que desde o ano passado não recebeu nenhum pedido para proteção de trabalhadores e lideranças rurais ameaçadas de morte.

COMENTÁRIOS DO BLOG:

O Governo informa que "desde o ano passado não recebeu nenhum pedido para proteção de trabalhadores e lideranças rurais ameaçadas de morte".


Se a pistolagem matou o jornalista que trabalhava para a oligarquia, que de lá o pobre lavrador do Maranhão destituído de tudo, principalmente de segurança pública.



A reportagem mostrou a miséria em que o maranhão se encontra. Sempre mascarando esta realidade, a mirante produz reportagens mostrando outros contextos, menos as mazelas do Governo de Reseana Sarney. 



Eles para se manterem no poder já prometeram de tudo: "NOVO TEMPO", "NOVO GOVERNO DO MARANHÃO", "DE VOLTA AO TRABALHO".

Mas olha a realidade: O Maranhão é o Estado que tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas em condições extremas de pobreza. Da população de 6,5 milhões de habitantes, 1,7 milhão está abaixo da linha de miséria (ganham até R$ 70 por mês). Isso representa 25,7% dos habitantes -mais que o triplo da média do país, que é de 8,5%.





A massa da população dopada pela ignorância e sem esperança aplaude concordando com o caos e sai por ai vagando como zumbis, sem direção, sem querer, sem reivindicação, sem perspectivas, sem vida. Os donos do Maranhão não deixam elas viverem.


Enquanto isto, a Família bem articulada com os demais poderes, expropriam as riquezas do Estado do Maranhão, deixando-o na situação que vimos na reportagem da própria emissora deles, obrigada a divulgar esta realidade por ser afiliada da Globo no Maranhão.



Para o Maranhão não existe sequer uma luzinha nem no fim do túnel, pois os que substituem os Sarneys no governo, já mostraram serem piores do que eles.



Até a consciência do maranhense é escravizada. É impressionante que até na capital eles são subservientes. Aceitam calados e se curvam para a oligarquia.



Essas não foram as unicas reportagens sobre a miséria no Maranhão:

Até o ex-presidente Lula que viu essa realidade se curvou aos donos do Maranhão.


2 Comentários

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  1. PALLOCCI PEREIRA26/5/12 08:35

    AMIGO EDGAR, ESTES COMENTARIOS POSTEI EM SEU BLOG.

    EXISTE UM DITADO: DIZ-ME COM QUEM TU ANDAS, QUE TE DIREI QUEM TU ES. É COMO IR PRA SENA DO CRIME, ACOMPANHADO DO BANDIDO. O MAIOR PROBLEMA DO MARANHAO, FOI QUEM ACOMPANHOU O PESSOAL DA GLOBO. É COMO IR MOSTRAR A NOSSA REALIDADE EM PAÇO DO LUMIAR E LEVAR A TV DA CIDADE OU AQUELA RÁDIO DA CAPITAL. NÃO EXISTE REALIDADE NO MOSTRAR, VEJA O CASO DO JORNALISTA, ASSASSINADO COM REQUINTES DE CRUELDADE, OS BANDIDOS AINDA MANDAM UMA GRAVAÇÃO, CAÇOANDO DA NOSSA COMPETENTE POLICIA.


    UMA DAS COISAS QUE DEVEMOS APRENDER, É SABER QUAL É A PILULA DA VIRILIDADE, AONDE ESTA SITUAÇÃO SÓ EXISTE NO NOSSO ESTADO. A VIRILIDADE QUE FALO É A CONTINUAÇÃO DO CORONELISMO, QUE CONTINUA MUITO VIVA, AONDE EM TODOS OS ESTADOS, HÁ MUITO TEMPO SE ACABOU E, O QUE TEMOS DE FAZER, É REALMENTE MUDAR ESSES POLITICOS, TROCAR, NÃO POR ESSES QUE ESTÃO AI, TENTANDO MAIS UMA VEZ MENTINDO, FALANDO QUE SÃO AS MUDANÇAS QUE TANTO ESPERAMOS, TIREM PELO QUE ACONTECE NO NOSSO PAÇO DO LUMIAR, VEJAM O QUE MOSTRAM AS TELEVISÕES, QUEM SÃO OS PROPRIETÁRIOS, QUAIS OS QUE TEM TELEVISÃO E SÃO POLITICOS (TODOS), E O NOSSO ESTADO, SEMPRE NA MESMA, E O NOSSO PAÇO DO LUMIAR, MOSTRADO, COMO SE FOSSEM EM UM CONTO DE FADAS, ENQUANTO NA REALIDADE, ESSE CONTO DE FADAS, É UM CONTO DE MENTIRAS. VAMOS NOS UNIR PARA MUDAR, PARA O NOSSO BEM. NÃO NOS UNIR COM ESSE MONTE DE SAFADOS QUE ESTÃO AI A MENTIR. TÁ CHEGANDO O DIA. PENSE, RACIOCINE, MUDE...

    POSSA ATÉ SER, QUE O AMIGO NÃO CONCORDE COMIGO, MAS PELA MINHA IDADE AVANÇADA, AS ÚNICAS COISAS QUE NÃO VI NO MEU ESTADO, FOI O DESENVOLVIMENTO. DESENVOLVIMENTO ESTE, SEMPRE FREADO, POR QUEM VOCÊ SABE MELHOR DO QUE EU. AQUI NÃO TEMOS EMPRESAS EM PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO, AQUI NÃO TEMOS NOVAS POSSIBILIDADE DE EMPREGO, AQUI AS PROPORÇÕES, SÃO DESPROPORCIONAIS. EU GOSTARIA DE VER O MEU ESTADO DESENVOLVIDO, O MEU MUNICÍPIO DESENVOLVIDO, ENTRETANTO, MEU AMIGO EDGAR, É MERAMENTE IMPOSSÍVEL, COMO VOCÊ PODE OBSERVAR, NA MINHA ESCRITA ACIMA, TODOS OS DONOS DE TELEVISÃO, SÃO POLÍTICOS INCOMPETENTES. INCOMPETENTES EM TERMOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, MAS SE TRATANDO DA REGIAO QUE FICA ENTRE AS COXAS E A BARRIGA(BOLSO), ESQUECEM-SE DA POPULAÇÃO. NÃO EXISTE UM BASTA. ORA A REGIÃO OCULAR É A QUE MAIS DESENVOLVE.
    EU NÃO SEI QUAL A SUA POSIÇÃO POLITICA, PORQUE TODOS OS PARTIDOS, COM RARÍSSIMAS EXCEÇÕES, TEM UMA LINHA SEMPRE VOLTADA PARA O SIM SENHOR SEMPRE, DITO A EXEMPLOS DO pt, psdb, psb, pmdb,e muitos outros, TEMOS QUE FALAR NA MINUSCULA, PORQUE, SEMPRE VÃO EXPRESSAR O SEU REAL TAMANHO. POR ÚLTIMO, COMO DONOS DE TV, TENTÃO MOSTRAR, CADA UM NAS SUAS, MENTIRAS, MENTIRAS E MENTIRAS. QUEM APARECE MELHOR, ENGANA MELHOR, É COMO SE A NOSSA POPULAÇÃO ESTIVESSE IMPRESSIONADA, POR MAIS ESSE GOLPE DE MÍDIA. A ELEIÇÃO TA CHEGANDO, VOU COMBATER, TODOS ESSES MENTIROSOS. OBRIGADO.

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  2. Veja você 106 ameaçados de morte. Por que não procuram a delegacia? ora bolas, quem manda no delegado? Os que querem matar são mandatários de poder político. Eles são ligados a quem? por que o Governo do Estado não quer a CPI da pistolagem?

    Agora responda, quem são os cúmplices e assassinos destas pessoas?

    Essa é a realidade, isso existe com consentimento dos poderes executivo, legislativo e judiciário do Estado do Maranhão. Eles não podem negar, pois se quisessem já teriam acabado com esta escravidão, com estes assassinatos.

    Temos uma população intimidada com o rabo entra as pernas, uma imprensa dissimulada e vendida porque se acovardou diante dos gigantes.

    Só não aceito que jornalistas, radialistas e blogueiros vendidos venham dar uma de moralistas e enganar um povo tão sofrido, enquanto eles recebem dos recursos que são tirados desse próprio povo via esquemas de corrupção.

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