Contribuição Sindical Obrigatória - o fim de uma era que levou o movimento sindical ao aniquilamento


Instituída pela Constituição de 1937, a Contribuição Sindical Obrigatória foi denominada de imposto sindical em 1940.

Nesta sexta-feira (29), após a reforma trabalhista, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), julgou constitucional o fim da  Contribuição Sindical Obrigatória.

Sob a garantia do "imposto sindical", líderes sindicais vendidos (pelegos), associados aos esquemas do PT e PCs da vida decretaram a morte dos sindicatos no Brasil quando abriram suas portas para projetos de poder de dirigentes políticos descompromissados com a causa trabalhadora.

Taí no que deu a sanha dos dirigentes sindicais pelegos - contribuíram para a formação da ORCRIM (organização criminosa) que quase deixa os cofres do país sem nenhum tostão. O chefe da Orcrim está preso, mas doido para sair e repetir a desgraça.

Pelego é o termo que designa os representantes de classes sindicais que fazem o jogo do governo e das classes patronais.

Não se fala mais em manifestações. Por que?

A classe trabalhadora não acredita mais em seus representantes, que aproveitam essa condição para mergulharem nos esquemas do governo e dos patrões e se darem bem.

Com isto os trabalhadores mendigam por melhores condições e trabalho e de salários.

Assis Ribeiro em Comentários ao post "A questão da atuação dos sindicatos", diz:

O enfraquecimento de organizações populares como sindicatos, associações e similares foi algo muito bem arquitetado, pensado, e induzido de forma consciente pelo "mainstream" a fim de enfraquecer o debate entre o capital e o trabalhador possibilitando uma total hegemonia do primeiro em relação ao segundo, com isso formando a sociedade atual denominada de "pensamento único".

Foi a massificação dos ensinamentos "do que é melhor" que contribuiu para que a sociedade se tornasse pragmática e dessa forma fugisse de qualquer debate de diversidade ideológica que toque à reformas estruturantes do modelo.

De forma que todos aqueles que pensam de forma diferente do que foi traçado são denominados de radicais, de extremistas, de forma pejorativa de sonhadores ou "polianas". Abaixo segue um artigo que tenta alertar sobre o conformismo do pensamento pragmático atual.

UTOPIA E PRAGMATISMO
Em sentido amplo, a utopia pode ser entendida como tudo o que ainda não foi tentado. A importância da utopia é a de mover segmentos da população que estão insatisfeitos e não comprometidos com a ordem existente, por isso ela é essencial na democracia. A utopia é uma condição “sine qua non” do homem como ser, que deseja, que busca a superação, a transcendência, os sonhos.

Ao contrário, o pragmatismo tão propalado nesta sociedade pós – moderna comporta imensos riscos. Ser pragmático é, em miúdas palavras, ser prático ou seguir uma praxe estabelecida. Desta forma, ao exercer esse princípio corremos o risco da apatia, da adaptação, ou, se preferirem, do conformismo. Este conformismo está expresso quando concordamos com o que está posto, quando passamos a acreditar que não existem alternativas no jogo político, por exemplo.

Segundo Mannheim: “A desaparição da utopia ocasiona um estado de coisas estático em que o próprio homem se transforma em coisa. Iríamos, então, nos defrontar com o maior paradoxo imaginável, ou seja o do homem que, tendo alcançado o mais alto grau de domínio racional da existência, se vê deixado sem nenhum ideal, tornando-se um mero produto de impulsos. (...) o homem perderia, com o abandono das utopias, a vontade de plasmar a história e, com ela, a capacidade de compreendê-la”

Este “estado de coisas estático” é percebido quando ouvimos as pessoas afirmarem que "não gostam de política", ou quando observamos a cristalização de um conjunto de noções anti-políticas no senso comum. Esta expressão de tendências indica fenômenos bem mais amplos do que a simples "desinformação".

Ao sufocar a utopia e enaltecer o pragmatismo, o mundo pós - moderno estabeleceu mecanismos de reprodução sistêmica e tornou - se autômato, colocando em risco a própria democracia. Este pragmatismo cria sociedades marcadamente burocratizadas com instituições políticas rigorosamente fora de controle social o quê, por seu turno, é fonte propositiva de irregularidades, de desvios, de crimes, e da violência.

No campo político o pragmatismo e a sua busca por resultados imediatos tende a subordinar a concepção da ética. A ética não deve ser reduzida como a esfera específica onde se disputam posições; não deve ser limitada aos interesses em jogo.

Compete à sociedade introduzir a perspectiva da universalização que ultrapasse os antagonismos da busca pelo poder e supere a sua dispersão da ética. Compete à sociedade afirmar aquilo que ela deve ser para além de suas fraturas.

Os defensores da ordem vigente procuram desqualificar e até mesmo ridicularizar os contestadores utopistas. Com o tempo, muitos destes se rendem ao discurso “realista”. As necessidades políticas para a aquisição e manutenção do poder levam à prática de atitudes antes criticadas, mas agora legitimadas pelo “pragmatismo”.

É muito comum a crítica ao “utopismo” dos outros, sendo que o crítico coloca-se na posição do “realista”. Nesses casos, a crítica tende a ser pejorativa, ou mesmo feita com certa condescendência. De qualquer forma, o objetivo é caracterizar o outro como “irrealista”, “sonhador”, etc. Como escreve Mannheim:

“Os representantes de uma ordem dada irão rotular de utópicas todas as concepções de existência que do seu ponto-de-vista jamais poderão, por princípio, se realizar. De acordo com esta utilização, a conotação contemporânea do termo “utópico” é predominantemente a de uma ideia em princípio irrealizável. (...)Não obstante, os homens cujos pensamentos e sentimentos se acham vinculados a uma ordem de existência na qual detêm uma posição definida, manifestarão sempre a tendência a designar de absolutamente utópicas todas as ideias que tenham se mostrado irrealizáveis apenas no quadro da ordem em que eles próprios vivem.”. 

Portanto, é imprescindível que a população não perca o seu poder de fiscalização, de controle, e de busca por uma sociedade mais justa e mais ética, ou como diz Mannheim:

“Com efeito, quanto mais ativamente um partido em ascensão colabora em uma coalizão parlamentar, tanto mais abandona seus impulsos utópicos originais e, com eles, sua perspectiva ampla, tanto mais seu poder para transformar a sociedade tenderá a ser absorvido por seus interesses em detalhes isolados e concretos. (...)”.
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